domingo, 24 de janeiro de 2010

Um amor


Aproximei-me de ti;

e tu,

pegando-me na mão,

puxaste-me para os teus olhos

transparentes como o fundo do mar

para os afogados. Depois, na rua,

ainda apanhámos o crepúsculo.

As luzes acendiam-se nos autocarros;

um ar diferente inundava a cidade.

Sentei-me nos degraus do cais,

em silêncio.

Lembro-me do som dos teus passos,

uma respiração apressada,

ou um princípio de lágrimas,

e a tua figura luminosa

atravesasndo a praça

até desaparecer.

Ainda ali fiquei algum tempo,

isto é,

o tempo suficiente

para me aperceber

de que, sem estares ali,

continuavas a meu lado.

E ainda hoje me acompanha

essa doente sensação que

me deixaste como amada

recordação.


Nuno Júdice


simplesmente, o meu poema preferido.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Nunca.


Não consigo libertar-me de ti.

Desses olhos.

Dessa boca.

Desse teu abraço.

Desse teu perfume.


Haverá algo de errado dentro de mim ?

Sim. És tu que insistes

em não abandonar o meu coração.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

texto que devia ter sido o primeiro mas não é.


Normalmente, quando se 'faz' um blog, o primeiro texto deveria ser um texto introdutório. Ou não ?
De qualquer forma , não esperem que eu me ponha a falar de mim porque não é de todo esse o objectivo disto. Sinceramente nem eu sei qual é. Mas, que raios, eu não vou simplesmente por aqui informação minha para lerem, e nem sequer vos interessar ou dizer respeito. Queres-me conhecer ( iuuuh, so lame ) então pergunta - se é que te atreves.
Além do mais eu não escrevo para saberem quem está por detrás dos textos mas sim porque é uma maneira de me expressar . Escrever e dançar, para mim, são as melhores formas de nos expressarmos , corpo e mente. E alivia bastante o stress - aaaaacreditem, mais vale dançar do que andar a mandar murros ou cabeçadas nas paredes.
Enfim.
This is it.

domingo, 10 de janeiro de 2010

o primeiro.

"I remember years ago
someone told me i should take
caution when it comes to love
i did "



Toda a gente te diz " no que toca ao amor, tens de ter cuidado ". Tudo porque essa felicidade de amar alguém acaba por vir arastada com posteriores desilusões, feridas, cicatrizes (re)abertas. Mas e se eu quizer ser feliz agora e alguém me negar essa felicidade ? Vou andar por aí, á deriva, á espera ou a insistir para que isso mude ?

E mesmo se vier ? Nunca poderemos sabe se é ou não verdadeira felicidade porque a confiança há muito que está banalizada. mas 'alguém' não tem culpa. Ou tem ?

O passado não interessa a muita gente e o que pensamos varia consoante a experiência vivida. Porque será que ouvir ou dizer um ' amo-te ' a uns traz tanta felicidade e a outros tanto desconcerto ? Porque as cicatrizes que embora levadas com o vento, já há muito que se instalaram no nosso coração, insistindo não serem apagadas. Ele não resiste e ao mínimo toque a ferida abre, a cicatriz que já pensávamos ter sido ultrapassada mostra-se dolorosa, profunda, ainda pior do que quando tinha sido perfurada. E no entanto não consegues dizer que não , e tentas uma e outra vez mais, não resistindo a outro golpe. Porque por muita desilusão, tu queres essa felicidade que por apenas alguns momentos parece ser verdadeira. Esse falso contentamento que parece compensar toda a dor que nunca chegaste a ultrapassar.

E quando alguém te voltar a dizer para teres cuidado, vais poder dizer " partiu-me o coração, mas por momentos fui feliz ".

Podes esperar ou agir. Podes continuar a ter cuidado ou ser forte e deixar de ser a vitima.

Age. Mostra-te. Ama(-te)